Garrafão, cesta de três pontos e lance livre desenhavam o que Diego Gama acreditava ser o seu único caminho, o basquete. Uma bagagem aparentemente diferente da moda, que hoje é sua profissão, mas que o fluminense traça a conexão.
“Nunca tinha pensado em viver disso, até porque era atleta federado, mas minha desenhava os uniformes do time, que meu pai era treinador. E essa vestimenta representa um novo ciclo para as pessoas que estão com você naquela equipe. Antes de saber marcas e ver desfile, meu fascÃnio começou por essa simbologiaâ€, lembra o estilista, que apresentou sua nova coleção na Casa de Criadores, nesta quarta-feira (26).
Quando mergulhou no universo da moda, Diego levou essa referência esportiva, que já estava acoplado no seu estilo próprio. “São roupas com elementos esportivos, coisas que vestia e ainda gosto. Um exemplo são os tecidos com proteção UVA e o UVB. Uno esses dois mundosâ€, explica.
Outra marca na moda do estilista são as texturas, especialmente com a de digitais. Diego carimba o próprio polegar na peça, criando um resultado tridimensional. “A técnica surgiu de um momento de estresse, em que queria colocar o meu eu na sociedadeâ€, diz sobre o sentimento que embalou os seus últimos meses com a pandemia.
F.43.1, código internacional de stress pós-traumático, é nome da coleção de Diego, em que o exagero das proporções, as estampas dão forma à uma ruptura necessária diante do caos. As peças também carregam uma intensidade, na prática. Algumas pesam até 15 quilos.
Integrantes da Célula Preta, ele também encontra no coletivo de estilistas negros um enfrentamento e resistência para as armadilhas sistematizadas do racismo. “Juntos, percebemos semelhanças mesmo com histórias diferentes. É um encontro maravilhoso, com grandes amigos e que favorece outros corpos pretosâ€, pontua.
Assista ao filme de lançamento da coleção F.43.1, da marca Diegogama:
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